Missão Popular

MISSÃO JOVEM JMV

ENTRADAS, 18 A 26 DE JULHO DE 2015

Foi no dia 18 de Julho de 1830 que, na Rue du Bac, em Paris, apareceu Nossa Senhora à então Irmã Catarina de Labouré, uma Filha da Caridade. Esta foi a primeira de três aparições. Nesta primeira aparição, entre outras coisas, Nossa Senhora pediu a Catarina que juntamente com o seu diretor espiritual fundasse um grupo de jovens que se chamaria Filhos e Filhas de Maria.
Nascido no seio da Família Vicentina, este grupo hoje chama-se Juventude Mariana Vicentina (JMV). Por ser fruto do desejo expresso por Nossa Senhora, o movimento possui um forte carisma Mariano. É um grupo feito por jovens e para os jovens, assente no compromisso com a Igreja, dando-lhe assim o carisma Eclesial. São Vicente de Paulo ajuda a modelar, através do seu exemplo, os jovens no caminho do amor ao próximo, independentemente da sua raça, religião, estatuto ou condição geral. Através dele recebemos os carismas Vicentino e Missionário.



Vila de Entradas - 18 de Julho de 2015 - Missão JMV
Cento e oitenta e cinco anos depois, onze jovens da JMV de Portugal, acompanhados por um padre da Congregação da Missão e por uma Filha da Caridade, todos eles provenientes de várias zonas do país (Litoral Alentejano, Lisboa, Mafra, Santarém, Abrantes, Viseu, Oliveira de Azeméis, Trofa, Felgueiras), rumaram até à vila alentejana de Entradas, Castro Verde. Dia 18 de Julho de 2015 começou a Missão Jovem JMV, uma missão ao estilo das Missões Populares Vicentinas.
O primeiro dia foi dedicado à instalação na vila, com a chegada à casa que gentilmente nos emprestaram para a estadia durante a semana, com a decoração dos espaços a utilizar e com a preparação de alguns momentos do dia e do dia seguinte. Pelas 17h30, juntamente com a comunidade paroquial, reunidos para a celebração da Eucaristia demos início oficialmente à missão com o envio de todos os missionários.
O domingo foi o dia da divulgação: Da parte da manhã rumámos até às paróquias vizinhas de Montes Velhos e Aljustrel, para as celebrações dominicais; Da parte da tarde percorremos as ruas da vila de Entradas, batendo porta-a-porta, divulgando a missão com a entrega de folhetos explicativos do que era a JMV, o que estávamos ali a fazer e qual o programa da missão. Desde cedo o calor se fez sentir, com temperaturas muito altas, mas mais importante que isso, o calor do acolhimento das gentes alentejanas. Acolhimento tão quente que por vezes se traduzia num belo fresquinho nos interiores das suas casas. Assim se passou outro dia, utilizando todos os tempos livres para preparar as actividades desta semana tão cheia e que estava a começar.

A sede de Deus é muita



O tempo forte da missão foi de segunda a sexta. Ao início da manhã, convidávamos todos quantos quisessem a juntarem-se a nós para a celebração da Eucaristia. Foi muito bom ver o número de pessoas a aumentar na assembleia de dia para dia, ver cada vez mais crianças a participar. A sede de Deus é muita, e isso verificou-se ao longo da semana.
A restante parte da manhã foi passada com os 8 e com os 80… Um grupo ficava com as crianças e outro grupo passava a manhã no centro de dia do Lar Frei Manoel de Entradas.
Com as crianças houve jogos e muita diversão, peddy-paper, construção de fatos com materiais reciclados e todos os dias havia o momento da parábola. Com os idosos começámos por conquistá-los com o canto e depois com a conversa. Passámos pela ginástica, pelo bingo e houve um dia que juntámos grandes e pequenos e com massa de moldar construímos a Vila de Entradas, em miniatura. No último dia foi a vez de sermos nós os presenteados: fomos fazer uma visita ao museu da ruralidade com um guia muito especial. De tarde, o calor apertava e alguma “moleza” aparecia, mas lá tentávamos sair vitoriosos preparando as atividades do final de tarde e da noite e em alguns dias visitámos idosos nas suas casas.

Catequese, encontros, reflexão e caminhada
Antes de jantar, e já pelo fresquinho da tarde, convidávamos todos a sentarem-se connosco em frente à porta principal da igreja matriz para um momento de catequese. Com encenação de alguns textos de inspiração bíblica e com a catequese preparada pelo P. Bruno fomos cativando pequenos e graúdos a juntarem-se a nós, mas também cativando alguns olhares que do café nos viam atenta e respeitosamente. O grande encontro vinha depois de jantar, com as pessoas a chegarem dos vários pontos da vila…
A segunda-feira foi dia de caminhar. Os cartazes pelo caminho, os quadros vivos e as reflexões do Papa Francisco guiaram a nossa caminhada pelos Sacramentos. Partimos da capela de Nª Sª da Esperança e, sacramento a sacramento, chegámos à Igreja Matriz.
A terça-feira foi o dia de fazer uma serenata. Depois de montarmos um pequeno anfiteatro no largo da igreja, percorremos momentos da vida de Nossa Senhora através do canto.
A quarta-feira, foi dia de sairmos das trevas e vermos a luz. Com a celebração da luz mostrámos que é Jesus quem nos ilumina e dá sabor às nossas vidas, que a Luz verdadeira é Jesus. Neste dia, a celebração começou no exterior, mas convidou todos a não terem medo de entrar na igreja.
A quinta-feira, o som da música popular fez-se ouvir cedo pelas ruas de Entradas, e as pessoas foram aceitando o convite para sair mais uma vez de suas casas e virem participar na Noite cultural. Uma noite muito distinta, em que cada um dos missionários mostrou os seus dotes para o canto, apresentação, dança, entre muitos outros dons… Foi uma noite enriquecida com a participação das crianças e idosos que ao longo da semana nos acompanharam, para não falar do público cativante reunido no largo da igreja.
A sexta-feira, e já inseridos no programa das festas da Vila, tivemos eucaristia na capela de Nossa Senhora da Esperança seguida de procissão até à igreja matriz.

Celebrar o Padroeiro com a Comunidade
Foi uma semana intensa e o fim-de-semana ainda deu para visitarmos algumas casas, para estar com crianças e idosos, e participar nas Festas de Santiago, por ocasião do dia 25 de Julho, dia do Padroeiro, São Tiago. A nossa estadia em Entradas terminou no dia 26, como começou, com a celebração da eucaristia, mas a missão continua!
Para todos aqueles que ficam continua a missão de construir uma igreja mais dinâmica, mais jovem, mais inclusiva, onde todos se sintam em comunhão. É possível, basta querer! Para todos os missionários, a missão também continua, agora mais preparados para enfrentar novos desafios, conscientes das várias realidades que existem, firmes e fortes na fé, na certeza de que muito ainda há para fazer e que Deus nos dá tudo para que o possamos fazê-lo.



Agradecimentos
Ao terminar este testemunho, em nome de toda a equipa de missionários, quero deixar o meu profundo agradecimento, em primeiro lugar ao P. Paulo, Pároco de Entradas, pela abertura, apoio e flexibilidade em receber-nos na sua paróquia;
À Comunidade Paroquial de Entradas que nos recebeu tão bem, sempre disposta a ajudar, garantindo que nunca nada faltasse quer em casa quer nas nossas atividades. Foram incansáveis! O nosso muito obrigado.
À Junta de Freguesia, em especial ao seu presidente António que, para além de nos dar todo o apoio logístico da Junta, ainda nos acompanhou incansavelmente ao longo dos vários dias. O nosso muito obrigado!
O nosso obrigado ao Lar Frei Manoel de Entradas, à sua direção e Diretora Técnica, pelo acolhimento e disponibilidade no nosso acompanhamento.
Um obrigado ao Padre Agostinho, coordenador do Centro Diocesano Missionário e responsável pelas Missões Populares Vicentinas, que nos ajudou em tudo nesta missão. E por fim, um obrigado a todos os habitantes de Entradas. Esta equipa de missionários tem-vos no coração, estarão presentes nas nossas orações.
O Papa Francisco pediu que fossemos uma “Igreja em saída” e nós “entrámos” da melhor forma nesse desafio. Muito Obrigado!

Francisco Vilhena, JMV


PARÓQUIA DE S. SIMÃO DA BROGUEIRA – MISSÃO POPULAR

“A Família Paroquial da Brogueira foi chamada a professar, celebrar e viver a fé”

(Testemunho II)

Foi no dia 17 de Maio, Solenidade da Ascensão do Senhor, que iniciou uma Missão Popular Vicentina, na Paróquia de São Simão da Brogueira, Vigararia de Torres Novas.
Brogueira é uma das 17 freguesias do município de Torres Novas, ocupando uma área de 21.10 Km2, o que corresponde a 7,81% do território do concelho.
De acordo com os últimos dados disponibilizados pelo INE – Instituto Nacional de Estatística – a freguesia de Brogueira é habitada por 1.112 pessoas (3.03% dos habitantes no concelho), das quais, 25.63% têm mais de 65 anos e 13.04% são crianças ou adolescentes.
Ainda em termos demográficos, constata-se que das 431 famílias residentes na freguesia de Brogueira, 19.95% são compostas por uma única pessoa, e que o peso dos agregados domésticos com quatro ou mais indivíduos é de 6.03%.



Situada no sul do concelho de Torres Novas, a freguesia de Brogueira, terra de digno património religioso, é o polo de um núcleo de povoações que atinge uma grande extensão: Casal Cepo e Faia, Barreiras, Boquilobo, Casal do Ramos e Cardais.
A Igreja paroquial da Brogueira é dedicada a S. Simão. Templo que se destaca pelo excelente retábulo do altar-mor, de madeira entalhada e pintada, que fornece à Igreja um belo efeito decorativo. É do século XVII. A imagem do orago, uma escultura de pedra, seiscentista, que media quase um metro, foi sacrificada no século XIX à voracidade dos colecionadores. Deve destacar-se, ainda, no interior, o coro com balaustrada de madeira que avança, arredondadamente, ao centro; a pia de água benta trabalhada e o arco baptistério (1891).
À frente da Igreja, no adro, pode ver-se um cruzeiro de 1660. Essa data insculpida no pequeno monumento, encontra-se na peanha, assente sobre tronco de pirâmide, feito por ocasião dos centenários. Nas faces da cruz, eis os instrumentos da Paixão em todo o esplendor.

A Missão estava na rua
Foi na Igreja Paroquial referida que, às 16.00 horas de domingo, 17 de Maio, na Celebração Eucarística, presidida pelo Pároco, Pe. Diamantino Henriques Marques, iniciava a Missão Popular com a chamada “Missa do Envio”. Nela, a Equipa Missionária Vicentina, constituída pelo Pe. João Maria Barbosa de Lemos, da Comunidade Vicentina de Salvaterra de Magos, o casal Norberto Dias e Olímpia Dias, igualmente de Salvaterra de Magos, e toda a Comunidade Cristã local, era enviada em Missãodando rosto ao imperativo do Evangelho:” Todo o poder Me foi dado no Céu e na Terra. Ide e ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos”. E o imperativo específico para a Missão concreta da Brogueira, pronunciado pelo Pároco: “ Parti com alegria, manifestai Cristo nas casas, na rua e em todos os lugares. É o Espírito de Deus que vos envia! “ Com a “Missa do Envio” a Missão estava na rua…”Uma Missão feita com todos e para todos”, prioritáriamente para os que estão” na periferia”.

Todos somos missionários



Dada a realidade concreta do território a missionar, tentou-se uma certa alteração ao programa geral da dinâmica da Missão, embora com os mesmos objetivos. Assim, na 1ª semana, de segunda a sábado, diáriamente, fazia-se a Oração da Manhã (Laudes), na Igreja Paroquial, evidentemente para as pessoas disponíveis; faziam-se visitas às famílias, dando prioridade àquelas em que havia Doentes e Idosos; às 21,00 horas, eram as Celebrações temáticas, em cada dia, valorizando um símbolo, nos 3 centros principais: Brogueira, Cardais e Boquilobo, animadas respetivamente pelo Pe. Diamantino, João Maria e o casal Dias, em alternância cada dia, para variar. É de salientar a maneira carinhosa com que o” casal Dias”, missionário leigo, era acolhido e aceite por todos. Foi sem dúvida um bom testemunho a sua presença na Missão. Bem ajudou a tomar-se consciência de que“ todos somos missionários ” ou, “o cristão é um discípulo missionário de Cristo”. (Papa Francisco)

“Maria, Estrela da Evangelização”
A semana teve como ponto alto e expressão de unidade e comunhão uma procissão de velas na Brogueira, às 21.00h de sábado, dia 23, com a participação das demais comunidades (Cardais, Boquilobo, etc), cada uma delas transportando o seu/sua padroeira. A procissão de velas terminou na Igreja Paroquial com uma Celebração Mariana: “Maria, Estrela da Evangelização”,na qual foi entregue a Medalha Milagrosa a todos os que quiseram recebê-la. E ninguém deixou de levá-la para si e alguns também para os seus, e com muito amor e carinho.
A procissão e celebração feitas foi, sem dúvida, expressão duma Igreja “ COMUNIDADE de comunidades”…Marcou bem o fim da 1ª semana de Missão.
Um encontro com as Crianças igualmente no sábado, dia 23, às 15.00h, e um outro com os Jovens, às 17,00 horas, fez parte do programa do dia.
O domingo, dia 24, Solenidade do Pentecostes, limitou-se a visitas aos doentes, atendimento de confissões nos Cardais, das 9,30 às 12,30 horas, bem como as Celebrações da Eucaristia nas várias comunidades.
E, assim, se entrava na 2ª semana da Missão Popular, de 25 a 31 de Maio, com uma programação ligeiramente diferente: 9,00 h: Eucaristia, com Laudes, alternando entre as três comunidades: Brogueira, Cardais e Boquilobo: uma só celebração, mas, mudando de local. Após a celebração, os 2 sacerdotes sempre estavam disponíveis para atender de confissão quem o desejasse. E sempre aparecia alguém.
Seguiam-se as visitas às famílias para preparar a Celebração Comunitária com os Doentes e Idosos, que se realizou às 15,00 horas de 5ª feira, 28 de Maio, na Igreja Paroquial, em que aproximadamente 70 pessoas receberam a Unção dos Doentes. Foi muito significativa, participada e vivida a Celebração. Via-se a alegria do Encontro!...Era a Comunidade Cristã que fazia festa com os Irmãos Doentes e Idosos!...

Encontro Comunitário da Missão



Todas as noites, de segunda a sábado, igualmente às 21,00 horas, havia o Encontro Comunitário da Missão,”serão da noite”, igualmente nas três comunidades principais: Brogueira, Cardais e Boquilobo, onde, após a reza do terço ( era o Mês de Maria!...), tal como aconteceu na 1ª semana, se refletia e partilhava um tema: 1º - “A religião preocupa-nos? Ela o que é”; 2º - Jesus, o Filho de Maria, é o Redentor”; 3º - “Maria, Mãe da Família Cristã”; 4º - Nós, que cremos em Jesus, formamos uma grande Família”; 5º - “ Os Sacramentos do Encontro com Deus”; 6º - Avaliação da Missão: “A Missão começa quando acaba”…Continuidade da Missão: Como continuar a reunir-nos? – Apresentação do Guião da Diocese para a Lectio Divina:””Os Encontros de Jesus no Evangelho de Marcos”.
O sábado, dia 30, foi igualmente destinado para um 2º encontro com as Crianças, às 16.00 horas; às 17,30h: Celebração Penitencial, com confissões, para os 21 Jovens Crismandos, padrinhos e familiares, preparando-se para a Celebração do Crisma.
No domingo, dia 31, às 10,00 horas, o Pe. Diamantino, pároco, juntamente com a Equipa Missionária, ainda se reuniram com um pequeno grupo de pessoas mais empenhadas na paróquia, possíveis animadores dos grupos da Missão, que, assim o esperamos, poderão continuar a reunir-se, com o apoio do zelo apostólico do pároco.

Celebração da Confirmação e Encerramento
A quinzena do tempo forte de Evangelização teve o seu termo no domingo, dia 31, Solenidade da Santíssima Trindade, com a Celebração Eucarística, às 11,30 horas, presidida por D.Manuel Pelino, Bispo da Diocese de Santarém, na qual 21 Jovens receberam o Sacramento do Crisma. Foi certamente um momento alto para a Família Paroquial da Brogueira que, assim, se sentiu chamada a mais consciente e responsávelmente  professar, celebrar e viver a fé.
Um almoço partilhado, ao jeito dos primeiros cristãos, cuja mesa foi composta com o que cada um quis e pôde levar para si e para os seus, permitiu que se continuasse a viver momentos de alegre convívio e em clima de fraterna comunhão.
Valeu a pena esta ação missionária na Paróquia de São Simão da Brogueira! Sentiu-se muito presente a força do Espírito de Deus na abertura e crescimento que se foi sentindo em todos e cada um.
Foi admirável o empenho e zelo apostólico do Pe. Diamantino, e o testemunho de proximidade que procura manter com todas as pessoas. O seu modo de agir visibiliza bem o desejo que tem de edificar uma Igreja “ em saída”.

                                             Pela Equipa Missionária Vicentina
Pe. João Lemos, CM



Missão Popular
na Paróquia de S. Simão da Brogueira

Neste domingo, 17 de Maio, domingo da Ascensão do Senhor e Dia das Comunicações Sociais, começa a Missão Popular na Paróquia de S. simão da Brogueira, concelho de Torres Novas, diocese de Santarém. A Missão prolonga-se até ao dia 31 de Maio.
A equipa missionária é composta pelo P. João Maria Barbosa de Lemos, pároco vicentino em Salvaterra de Magos e pelo casal Norberto Dias e sua esposa, Olímpia, também da paróquia de Salvaterra de Magos.

Resenha histórica
No sul do concelho de Torres Novas, a freguesia de Brogueira é hoje uma daquelas cujo acesso é mais difícil. As estradas são más, e a população, que vive quase exclusivamente da agricultura, vai esperando pelo fim do isolamento.
“Aldeia marcada pelo tempo”, como refere uma reportagem do “Torrejano”, Brogueira era um curato da apresentação do prior de Santa Maria de Torres Novas, no termo desta. O pároco era cura anual e tinha de rendimento anual oitenta mil réis.



Aquele tempo que referimos antes, e que tem marcado a história da freguesia, não destruiu até hoje a sua parte mais típica. É o caso das suas moradias. Integram-se em pitorescos becos, cantos e ruelas. Quando chegamos às casas, ora somos recebidos por acolhedores alpendres, ora por simples muros que defendem patamares de escadaria. A grande maioria não é secular, mas uma delas, a de António Sérgio, modesta e desabitada, ostenta na verga da porta a data de 1810.
Actualmente, Brogueira tem 1 112 habitantes (census de 2011) e o seu território (21km2) está integrado na União das Freguesias da Brogueira, Parceiros de Igreja e Alcorochel.
Os seus campos, favorecidos pelas águas do rio Almonda e dos Ribeiros Arroteia, Pipo e Carvalhinho, produzem principalmente azeite, figo, trigo e legumes de toda a espécie. O figo criado nesta freguesia é um dos melhores do concelho de Torres Novas e é preferido pelos compradores pela boa qualidade de álcool que produz.

A Matriz
A Igreja Paroquial da Brogueira é dedicada a S. Simão. Templo que se destaca pelo excelente retábulo do altar-mor, de madeira entalhada e pintada, que fornece à igreja um belo efeito decorativo. É do século XVII. A imagem do orago, uma escultura de pedra, seiscentista, que media quase um metro, foi sacrificada no século XIX à voracidade dos coleccionadores. Deve-se destacar, ainda, no interior, o coro com balaustrada de madeira que avança, arredondadamente, ao centro; a pia de água benta trabalhada e o arco do baptistério (1891).
O arco de cantaria da capela-mor, de volta perfeita, assenta sobre pilastras com ornatos esculpidos nas bases. Duas pequenas capelas laterais, já sem altares, ostentam ainda os seus retábulos. No lado direito, a imagem de Nª Sª da Piedade, em madeira policromada. Na sacristia, duas pequenas imagens do Menino Jesus em madeira e um Cristo antigo num nicho de pedra.
Antes da construção da igreja, terá existido no local onde hoje está o cemitério uma capela, também dedicada a S. Simão. À frente da igreja, no adro, pode ver-se um cruzeiro de 1660. Essa data, insculpida no pequeno monumento, encontra-se na peanha, assente sobre tronco de pirâmide, feito por ocasião dos centenários. Nas faces da cruz, vêem-se os instrumentos da Paixão em todo o seu esplendor.



Há mais dois lugares de culto: Cardais, igreja dedicada a Nossa senhora da Saúde e inaugurada a 22 de Junho de 2013 e em Boqilobo, dedicada a Santa Marta.

Lugares e personagens
Terra de digno património religioso, Brogueira é o pólo de um núcleo de povoações que atinge uma grande extensão: Casal Cepo e Faia, Barreiras, Boquilobo (local onde nasceu Humberto Delgado e onde existe a casa memorial do famoso aviador e democrata), Casal do Ramos e Cardais. Assim se pode caracterizar Brogueira. Uma freguesia que ainda não há muito tempo seria eminentemente comunitária: “três quintas limítrofes empregavam a maioria da sua população activa. As famílias tinham o seu bocadinho de terra, em alguns casos pouco maior do que um quintal, mas os homens reuniram-se na praça, e esperavam que os chamassem para trabalhar na quinta do Mato, de Caniços ou do Paul (Torrejano). O tempo e a mudança de perspectivas de actividades laborais fizeram com que muitos vão procurar trabalho noutras paragens.

O pároco
O P. Diamantino Henriques Marques, celebrou Bodas de Oiro sacerdotais em 2012, e foi nomeado pelo Bispo de Santarém, pároco de S. Simão de Brogueira (e anexas, Alcorochel e Bugalhos), no ano pastoral 2012-2013. Além deste múnus pastoral é o Responsável do Secretariado da Pastoral Adultos, Coordenador do Serviço Diocesano do Catecumenado, Assistente do Movimento Esperança e Vida e Membro do Conselho Presbiteral.
Sempre muito activo e inquieto, nas paróquias e serviços que lhe foram confiados, quis apostar na Missão Popular para animar pastoralmente a paróquia de Brogueira. Exemplo dessa dedicação e disponibilidade foi a homenagem prestada pela autarquia e população da anterior comunidade onde serviu, Alpiarça.

“Como forma de reconhecer o trabalho realizado em prol da população do concelho de Alpiarça, o Município de Alpiarça, por unanimidade, deliberou em 22 de Fevereiro de 2013 distinguir o Sr. Padre Diamantino Henriques Marques com a Medalha de Honra do Município de Alpiarça. Este Padre soube relacionar-se de forma exemplar com toda a comunidade alpiarcense, sendo de realçar a personalidade de alguém que nunca se negou à intervenção cívica e sempre mostrou um inequívoco espírito de ajuda e solidariedade, pelo que é merecedor da admiração, gratidão e da estima generalizada da população de Alpiarça. A Medalha de Honra do Município de Alpiarça foi-lhe entregue em cerimónia pública, realizada no dia 2 de Abril de 2013, dia em que se comemorou o 99.º aniversário do concelho de Alpiarça”.

P. Agostinho Sousa, CM

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