quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Jornadas Missionárias

“Missão sempre e em todas as frentes”

Nos dias 19 e 20 de setembro de 2015, realizaram-se em Fátima as Jornadas Missionárias com o tema: “Missão sempre e em todas as frentes – ‘Ad Gentes e Igrejas Particulares’”.
D. Manuel Linda abriu as jornadas frisando que as mesmas nasceram como uma resposta ao apelo do papa São João Paulo II em 1990 com a encíclica “Redemptoris Missio” e que a convocatória para uma Igreja em missão está feita pelo próprio Jesus, mas a resposta está longe de ser totalmente dada. A atividade missionária impõe-se cada vez mais, de todos e para com todos, especialmente tendo em conta o drama que vivem nos dias de hoje aqueles que são obrigados a abandonar as suas terras e que nos batem à porta. É importante que nós cristãos saibamos ajudar a criar uma opinião pública de generosidade e de acolhimento, para receber aqueles que mais sofrem: os refugiados. Ser missionário passa por aqui!




Finalidade da missão: anunciar a Palavra e fazer discípulos
“Uma Igreja onde falta a missão, não é igreja! Falta-lhe a sua identidade.” Dizia o P. Fernando Domingues, diretor geral da Obra de S. Pedro Apóstolo, no início da sua exposição sobre o tema: “Missão Ad Gentes e Igrejas particulares”. A missão Ad Gentes nasce da senhoria universal de Cristo, estando na sua natureza enquanto Igreja peregrina, ser missionária. São finalidades da missão anunciar a Palavra e fazer discípulos, para isso dispomos de vários caminhos: o caminho do testemunho, o caminho da caridade e o caminho do diálogo.
Ao longo da sua exposição o P. Fernando colocou a tónica na imagem universal da Igreja, uma igreja em crescimento e com crescente número de vocações, apesar de essa não ser a realidade no nosso país. Deixou-nos então um conselho: “Se queremos renovar a Igreja temos de começar pela missão!”

Workshops, reflexão e partilha, música e testemunhos
A tarde de sábado foi de workshops sobre as várias Obras Missionárias Pontifícias, dando a oportunidade a todos os participantes de aprofundarem os seus conhecimentos sobre cada uma delas.
A noite foi de testemunhos de jovens que participaram em missões Ad Gentes e foi abrilhantada pelo grupo de jovens da paróquia de Amora “Jovem Levanta-te”.
Na manhã de domingo ainda houve oportunidade de aprofundar um pouco sobre as várias Obras Missionárias Pontifícias, desta vez com o padre Fernando Domingues.




Testemunho do Líbano: “Missão nas periferias”.
A parte final destas Jornadas Missionárias ficou a cargo do padre Paul Karam, que desenvolveu através do seu testemunho, o tema: “Missão nas periferias”. Padre de nacionalidade Libanesa, padre maronita, foi diretor das OMP do Líbano durante alguns anos, mas neste momento é diretor da Cáritas no seu país. Porque se tratava de uma hora um tanto crítica, muito calor, a seguir ao almoço, o P. Paul começou a sua palestra com uma bela dança em que todos participámos, cada um consoante as suas possibilidades. No entanto tenho dúvidas se seria necessária essa introdução pois a apresentação do tema foi deveras cativante e convidativa a fazer a diferença e não deixaria que alguém adormecesse!
O Líbano é um país catorze vezes e meia mais pequeno que Portugal, tem quatro milhões de habitantes e tem um grande número de desalojados católicos. Estes são os primeiros a ser ameaçados, e os refugiados da Síria, Iraque e de outros países são cerca de 4 milhões, carecendo por isso de muita ajuda e apoio externos. O Líbano está sobrelotado. João Paulo II dizia “o Líbano é mais uma mensagem que um país”.

São tantos, de todas as idades, em sofrimento e desalento
Com estes números de refugiados, estima-se que 500.000 não estão registados. As imagens que vimos são identificadoras bem latentes do elevado grau de sofrimento, do desalento dos refugiados: homens, mulheres, crianças, idosos.
Ainda teve oportunidade para falar um pouco da Cáritas no Líbano, que está ativa em todo o País e ajuda em todas as vertentes: saúde, medicamentos, consultas, tratamentos; alimentação; higiene. Acompanha idosos em Lares e ao domicílio; escolaridade – crianças e jovens; Ajuda nas obras em residências, construção, pinturas; na agricultura; no fabrico de vários alimentos: compotas e outros e ocupação lúdica – que bem necessária é.

Peregrinação da Missão e Envio
Desde há poucos anos, o último dia das Jornadas, é também o dia da Peregrinação da Missão, aberta a todos, a começar pelos institutos religiosos de cariz missionário e leigos a eles associados e que vivem a dimensão missionária de uma forma concreta. Juntamente com os outros peregrinos, e sob a presidência de D. Manuel Felício, da Comissão Episcopal da Missão, da Nova Evangelização e Ecumenismo, celebramos a Eucaristia e, no final, houve o envio em Missão de alguns missionários, entre os quais uma Colaboradora da Missão Vicentina que vai participar, em Outubro, numa Missão Popular, em Campeã, diocese de Vila Real.
Entre os cerca de 300 participantes encontrava-se uma dezena de Colaboradores da Missão Vicentina, vindos de Lisboa, de Odemira e de Ponte de Sor.
Terminadas estas Jornadas Missionárias de 2015, foram lidas as conclusões e foi lançado o convite para as próximas Jornadas Missionárias, programadas para os dias 17 e 18 de setembro de 2016.

Francisco Vilhena,

Seminarista vicentino

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